O Vaticano instalou neste sábado (9) uma chaminé especial na Capela
Sistina a partir da qual a fumaça branca irá sinalizar a eleição de um
novo Papa, num momento em que os cardeais se preparam para a votação na
próxima semana após a histórica renúncia de Bento XVI.
O conclave
de 115 "cardeais eleitores" começará na terça-feira sob os famosos
afrescos de Michelangelo para escolher o 266º Papa após o fim abrupto do
papado de Bento XVI, que durou oito anos e que muitas vezes foi
ofuscado por escândalos.
O cardeal francês André Vingt-Trois, arcebispo de Paris, disse à AFP em
uma entrevista que havia cerca de "meia dúzia de possíveis candidatos".
O cardeal italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, é visto como um dos
favoritos, junto com Marc Ouellet, do Canadá, e com o brasileiro Odilo
Scherer.
Outros nomes mencionados na "fábrica de rumores" nos últimos dias são os
do húngaro Peter Erdo, do mexicano José Francisco Robles Ortega, do
austríaco Christoph Schönborn e de Albert Malcolm Ranjith, do Sri Lanka.
"O problema com este conclave é que não há alguém na liderança logo
cedo, como Joseph Ratzinger em 2005", disse John Allen, especialista em
Vaticano do National Catholic Reporter, uma revista semanal dos Estados
Unidos.
Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, um cardeal jovem e popular, também tem sido mencionado como um possível novo Papa.
"Se houvesse uma eleição direta entre o 1,2 bilhão de católicos no
mundo, ele teria uma vitória esmagadora, mas não é assim que a Igreja
funciona", disse Allen.
A decisão sobre a data do conclave foi tomada na sexta-feira em uma das
reuniões a portas fechadas realizadas pelos cardeais durante toda a
semana para discutir os muitos desafios que o próximo Papa enfrentará.
Os cardeais, sem nenhum novo Papa a quem se submeter e sem nenhum falecido Papa para lamentar, aproveitaram a rara oportunidade de discutir e criticar a administração do Vaticano e de pedir mais transparência.
Os cardeais, sem nenhum novo Papa a quem se submeter e sem nenhum falecido Papa para lamentar, aproveitaram a rara oportunidade de discutir e criticar a administração do Vaticano e de pedir mais transparência.
Bento XVI, de 85 anos, admitiu no mês passado que lhe faltavam forças e
se tornou o segundo chefe da Igreja Católica Romana a renunciar por
vontade própria em seus 2.000 anos de existência.
O Papa Emérito Bento XVI não participou do pré-conclave e está vivendo
na residência de verão papal de Castelgandolfo, perto de Roma, onde
permanecerá pelos próximos meses, antes de se mudar para um antigo
convento dentro do Vaticano.
Enquanto isso, funcionários do Vaticano fazem os preparativos finais na
Capela Sistina, selando as janelas para evitar espionagem no conclave e
instalando dispositivos que evitem qualquer comunicação com o mundo
exterior.
De acordo com as regras desta tradição secular, os cardeais precisam
fazer um juramento solene de não revelar os detalhes de suas
deliberações, sob pena de excomunhão. Fonte: Blog Bodocó na Net
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