A exatos um ano e quatro meses da
eleição de 2014, os pré-candidatos à Presidência da República trabalham
com força total para ganhar aliados e não deixar escapar velhos
parceiros. Articulações feitas com tanta antecedência da disputa, no
entanto, acabaram por expor as armas e fragilidades dos prováveis
concorrentes ao Palácio do Planalto. Um trabalho que vem sendo feito em
ritmo acelerado e sem qualquer sinal de desaceleração.
Nessa corrida antecipada, a presidente
Dilma Rousseff (PT), além de enfrentar a oposição do PSDB, “eterno”
adversário do PT nas últimas eleições, corre o risco de concorrer com um
candidato da própria base: o governador de Pernambuco e presidente
nacional do PSB, Eduardo Campos. Apesar da fidelidade que diz ter ao
ex-presidente Lula (PT), Eduardo Campos assumiu um discurso crítico à
política econômica do governo Dilma. O socialista tem buscado aliados na
“fonte” petista e entre partidos adversários.
No próximo ano, a arma dos tucanos para
enfrentar Dilma Rousseff é o senador Aécio Neves (PSDB/MG). O
parlamentar, inclusive, acelerou o passo e resolveu correr atrás do
prejuízo depois de ouvir reclamações, incluindo do seu próprio partido,
de que estaria perdendo terreno para os concorrentes, que já estariam
com o bloco na rua. Em uma manobra política, Aécio assumiu a presidência
nacional do PSDB e agora tenta recuperar o tempo perdido.
Terceira colocada na eleição de 2010, a
ex-senadora Marina Silva (sem partido) sonha em concorrer novamente à
Presidência. Para isso, luta para dar vida a um novo partido, o Rede
Sustentabilidade. Ela tem percorrido o país em busca de apoio. Em
Pernambuco, por exemplo, conseguiu as assinaturas do governador Eduardo
Campos e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
Dilma Rousseff (PT)
Largada – O pontapé
inicial para a reeleição foi dado pelo ex-presidente Lula. Ele fez o
anúncio na festa em comemoração aos 10 anos do PT na Presidência. A
festa aconteceu no dia 20 de fevereiro deste ano, em São Paulo.
Trunfos – Mantém os
bons índices de aceitação da opinião pública ao seu governo. Conseguiu
se distanciar da imagem de Lula e ganhou luz própria no governo. No
poder, tem a força da máquina ao seu dispor.
Obstáculos – Enfrenta
problemas na área econômica, com baixo crescimento do PIB e dificuldades
para conter a inflação. Tem sofrido com a rebeldia do principal
parceiro, o PMDB, que não é unânime no apoio a ela. Também tem problemas
com a interlocução política na base governista.
Tempo individual de TV*
3min46seg
3min46seg
Aliados cogitados
PMDB/PTB/PSD/PDT/PTB/PP/PCdoB**
PMDB/PTB/PSD/PDT/PTB/PP/PCdoB**
Eduardo Campos (PSB)
Largada – Não se lançou
oficialmente na disputa, apesar de ter imprimido um ritmo de
articulações compatíveis ou até maior que o dos outros candidatos. Tem
procurado fincar pé nas regiões Sul e Sudeste, onde estão os principais
colégios eleitorais do país.
Trunfos – Tem o governo
bem avaliado pela população desde 2007, quando assumiu o primeiro
mandato. É conhecido como um político habilidoso na tarefa de atrair
aliados em sua trajetória política. Transita bem entre os partidos da
base aliada do PT e do PSB.
Obstáculos – Ainda é
pouco conhecido nos estados fora da região Nordeste. Enfrenta
dificuldades para montar palanques em estados importantes. Também
precisa conter as reações pontuais dentro do partido contra sua
candidatura
Tempo de televisão*
1min53s
1min53s
Aliados cogitados
MD/PTB/PDT/PSD/DEM**
MD/PTB/PDT/PSD/DEM**
Aécio Neves (PSDB)
Largada – Apesar de ter
o nome anunciado como pré-candidato a presidente por lideranças do
partido, a exemplo do deputado federal Sérgio Guerra, o nome de Aécio
ganhou força com a posse dele na presidência nacional do partido, em
maio deste ano
Trunfos – É um nome
novo dentro do partido para disputar a eleição de 2014. Quando comandou o
governo de Minas, de 2003 a 2010, teve a gestão bem avaliada. Também
tem no currículo o parentesco com o ex-presidente Tancredo Neves, seu
avô.
Obstáculos – Tem
problemas com a fragilidade do partido em razão de brigas internas.
Possui pouca penetração no Nordeste, o segundo maior colégio eleitoral
do país. Tem vídeos na internet atribuindo a ele a fama de boêmio.
Tempo de televisão*
2min35s
2min35s
Aliados cogitados
DEM/MD/PTdoB
DEM/MD/PTdoB
Marina Silva (sem partido)
Largada – O início de
sua busca por votos se confunde com o lançamento da campanha para
viabilizar a criação do seu partido, o Rede Sustentabilidade, em
fevereiro. A ex-ministra tem andado pelo país coletando assinaturas para
viabilizar a sigla
Trunfos – Teve boa
votação na campanha de 2010, quando recebeu quase 20 milhões de votos.
Tem boa aceitação junto à opinião pública pela defesa às políticas
ligadas ao meio ambiente.
Obstáculos – Ainda
corre contra o tempo para viabilizar a criação do partido. Tem
enfrentado críticas por adotar uma postura política e, ao mesmo tempo,
se colocar. Isso por conta da ambiguidade de suas posições pelo perfil
ambientalista e o fato de ser evangélica.
Tempo de televisão*
Depende da criação da Rede
Depende da criação da Rede
Aliados cogitados
PV
* Referência eleição de 2012
** PDT, PTB e PSD são pretendidos por PT e PSB
Reportagem: Rosália Rangel | Diario de Pernambuco com arte do DPPV
* Referência eleição de 2012
** PDT, PTB e PSD são pretendidos por PT e PSB
Fonte: Blog Elba Galindo
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