Ao negar que a aprovação da proposta na
comissão tenha sido uma provocação aos manifestantes que tomam as ruas
de vários estados, o deputado disparou ataques à ministra dos Direitos
Humanos, Maria do Rosário, que prometeu mobilizar o governo para evitar
que a proposta avance na Casa.
Feliciano recomendou “juízo para a dona
ministra”, disse que ela “mexe onde não devia” e a aconselhou a
procurar a presidente Dilma Rousseff porque “no próximo ano” tem
eleições.
Ontem foi a vez de o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, seguir a posição de Maria do Rosário e criticar a
aprovação do projeto de lei de autoria do deputado João Campos
(PSDB-GO) que permite a psicólogos oferecer tratamento para a
homossexualidade. “Não é correto um projeto de lei querer estabelecer
cura para aquilo que não é doença. Acredito que essa Casa, que fez a
Constituição e o SUS (Sistema Único de Saúde), certamente (…) vai
julgar que um projeto não pode estabelecer cura para aquilo que não é
doença”, disse Padilha após encontro com o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
O texto precisa ainda passar pelas
comissões de Seguridade Social e Constituição e Justiça. Padilha disse
que conversou sobre o tema com os presidentes dos dois grupos e disse
acreditar que a questão será tratada “de forma sensata” nelas.
Feliciano incluiu Padilha em suas
ameaças. “Estamos sendo achincalhados. Quero saber se os ministros
Maria do Rosário e Alexandre Padilha falam em nome da presidente Dilma.
Se estiverem falando, vamos tomar providências. Estamos nos sentido
rejeitados, agem por preconceito só porque somos evangélicos”,
queixou-se ele, no plenário.
Antes, o aviso foi mais explícito:
“Queria aproveitar e mandar um recado: dona ministra Maria do Rosário
dizer que o governo vai interferir no Legislativo é muito perigoso. É
perigoso, dona ministra, principalmente porque ela mexe com a bancada
inteira”, afirmou. Segundo o deputado, Maria do Rosário deveria procurar
a presidente Dilma antes de falar. “A ministra falar que vai colocar
toda a máquina do governo para impedir um projeto, acho que ela está
mexendo onde não devia. Senhora ministra, juízo. Fale com a sua
presidente porque o ano que vem é político”, completou.
Em 2010, um dos motivos apontados para a
campanha presidencial ter ido para o segundo turno foi a onda de
boatos entre eleitores religiosos contra Dilma.
Recurso O vice-líder da minoria na
Câmara, o deputado federal Simplício Araújo (PPS-MA), ingressou ontem
com recurso contra a aprovação da “cura gay”. No recurso ao presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o parlamentar afirma que
Feliciano usou de manobra antirregimental ao colocar em votação a
proposta, atropelando o regimento. (Do Estado de Minas)
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